sábado, 12 de novembro de 2011

NA SEGUNDA EDIÇÃO, PÔR-DO-SOL DISCUTE “A FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA EM CENA: NOVOS PAIS, NOVOS FILHOS”

A sociedade em que vivemos passou, ao longo dos anos, por transformações que provocaram a alteração de comportamentos além de uma série de discussões. Na cidade à qual o campus XV da Universidade do Estado da Bahia – UNEB está imersa (Valença - BA), evidencia-se a necessidade de tratar de uma questão que envolve diversos segmentos sociais: a violência. E para contemplar essa necessidade, por meio do projeto de extensão “Pôr-do-Sol Unebiano”, trouxemos um debate sobre as múltiplas faces da violência no século XXI, no mês de outubro de 2011.

O calor dos debates e a cientificidade à qual foi tratada a temática atribuíram ao “Pôr-do-Sol” um desafio ainda maior: qualificar ainda mais os debates e observar as necessidades demonstradas pelo território de atuação deste campus. Nesta edição, “o sol se voltará” para a família contemporânea. O modelo familiar burguês, segundo Larsch (1991) é um exemplo de padrão de família nuclear. Entretanto, este não é o único. No século em que vivemos, emergiram (e emergem) diversas questões até então ocultadas. Discutir o que é família tem sido interesse de diversos campos científicos e, sobretudo, da Educação. Ainda segundo Larsch (1991), este modelo de família vive uma crise ocasionada por uma série de fatores, dentre eles a Revolução Industrial, o Movimento Feminista e o Movimento da Juventude.

A exigência de novos valores fazia as mulheres desatrelarem a sexualidade da maternidade, com o surgimento da pílula anticoncepcional, e o trabalho dos afazeres domésticos, por exemplo. O avanço da tecnologia permitiu ainda as inseminações artificiais in vitro e a identificação da paternidade por meio dos exames de DNA de crianças. A partir de tais questões, observa-se uma mudança no perfil da família brasileira: as estatísticas demonstram a diminuição do casamento, as uniões estáveis e as precoces com grandes índices, assim como os casais sem filho e as famílias monoparentais, sem contar no alto índice de divórcio (índice revelado pelo IBGE demonstra que o Brasil bate recordes). As mulheres, por sua vez, passaram a ganhar mais e a chefiar um número significativo de famílias.

As discussões teóricas que circundam essa temática classificam a família como: nuclear, reconstituída, monoparentais, uniões consensuais, uniões homossexuais, casais sem filho, famílias unipessoais, famílias por associação. Cada uma delas apresenta uma característica singular, embora estejam dentro do que se compreende por família. E esta, como uma instituição basilar, tem o papel, segundo Santos (2009), de relacionar os seus elementos entre si e com outras instituições sociais. Além disso, a família tem outras funções: a reprodutora (na concepção que tem o objetivo de manter a espécie humana); emocional e psicológica (que garante ao indivíduo a formação do caráter e a saúde mental); a de reprodução das relações sociais (instalada pela burguesia, essa função diz respeito à construção e transmissão de valores, para a garantia da “paz” e da “ordem” no seio social); e a função econômica (que garante a sobrevivência com bens materiais tanto para os entes quanto para o próprio Estado).

Diante de tal panorama e dos conceitos que são expostos na sociedade, observa-se, conforme Portes et al (2011), a sociedade preza por um modelo ideal de família e este paradigma é quebrado quando se observa a família da forma como é vivida atualmente. Deste modo, as pessoas tendem a chamá-las de desestruturadas. A fuga do ideal de família faz a sociedade não aceitar as relações que não têm registro civil, ou tudo que desvie do modelo de família burguês, formada por pai, mãe (casados civilmente) e filho (como fruto da união). Assim, a sociedade “vigia” e “pune” quando há casos de fuga ao que se tem como padrão ideal. Desta forma, o que dizer das uniões, reconstituições familiares, casamentos homossexuais, casamento de três cidadãos?

Nós nos encontraremos no auditório da UNEB, no dia 17 de novembro de 2011, próxima quinta-feira, a partir das 17 horas. Vamos falar de família e ver o sol se pôr?

3 comentários:

  1. A Universidade cumpre, desta forma, o seu papel. Parabéns para nós!

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  2. Concordo plenamente com você Tay. Essa é a oportunidade que todos nós temos de explicitar nossas inquietações e expor nossos pontos de vista de forma realmente democrática. Parabéns sempre a iniciativas como esta.

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